sábado, 30 de agosto de 2008

A importância da leitura na vida do estudante

Sinopse Como podemos conviver com a idéia de uma educação que não ensina a pensar? Esta é a triste realidade que encontramos nas universidades hoje: estudantes sem o hábito de ler e que não conseguem entender o significado real de um texto. É preciso repensar a forma de ensino atual e transformá-la, de forma que os professores sejam facilitadores do aprendizado. Os estudantes precisam aprender a buscar e construir seu próprio conhecimento através da leitura e pesquisa, ou, com bem disse Paulo Freire: - Aprender a aprender. “Um país se faz com homens e livros" Monteiro Lobato. Esta frase de Monteiro Lobato é muito cheia de significado e verdade. É através da leitura e, portanto, de livros que se adquiri a base de conhecimento necessária para o desenvolvimento equilibrado de uma nação. Mas como podemos conviver com esta idéia e ao mesmo tempo aceitar a política educacional existente? A cada dia vemos um maior número de pessoas saindo das escolas sem a menor condição de entender um texto, por mais simples que este seja. O sistema de ensino em vigor, que promove o aluno pelo simples fato dele freqüentar as aulas, Não ensina a pensar. O estudante de hoje não sabe pesquisar – ele apenas encontra textos na internet e “cola” em seu trabalho sem ao menos ler seu conteúdo -, não sabe relacionar assuntos e muito menos pensar na finalidade do texto. Ele não é estimulado a ler. Quando um texto é lido, o que já é um fato surpreendente, ele é lido por partes (parágrafo por parágrafo, ou frase por frase) e entendido também desta forma, fora de um contexto e, portanto, perde seu sentido original. O estudante não é ensinado a juntar as idéias do texto e muito menos a buscar outras idéias que possam facilitar sua compreensão e enriquecer seu conteúdo. Ele não sabe “mastigar” o texto, ele apenas “engole”. Assim como na digestão esse processo é inadequado por prejudicar a assimilação de nutrientes para o organismo, na leitura o é por limitar a assimilação de conhecimentos. Este fato é muito evidente quando observamos estudantes universitários. Estes que teoricamente têm um preparo maior na área educacional demonstram a mesma problemática de qualquer outra pessoa que não prosseguiu os estudos após a conclusão do Ensino Médio: a dificuldade de entender ou interpretar um texto. Esta dificuldade se acentua ainda mais pela falta do hábito da leitura. É através da leitura que se acumula o conhecimento amplo das coisas. A falta deste hábito restringe o uso da palavra tanto falada quanto escrita, pois o conhecimento de suas variantes estruturas e regras fica comprometido. Ao ingressar no mundo universitário o aluno passa a ser obrigado a ler e pesquisar, pois o sistema de ensino superior exige isso, mas ele não consegue entender e assimilar o conteúdo do que lê. Isso gera nele um sentimento de inutilidade da tarefa que o desestimula a continuar – Qual o proveito de se ler o que não se compreende? Os resumos, quando são feitos, são um amontoado de frases sem nenhuma coesão ou sentido. Isso porque eles não possuem a base de conhecimento necessária para esta tarefa: não têm como resumir um texto que não entenderam e não têm como entender um texto que não sabem por que existem e nem ao menos conhecem seu vocabulário, tornando-o denso e cansativo, mesmo sendo básico em sua área. Fato pior acontece quando estes alunos que não conseguem entender um texto são obrigados a preparar seminários para apresentar aos outros alunos, possuidores das mesmas dificuldades. Uma pesquisa mal feita é resumida de forma inadequada e apresentada de forma mais inadequada ainda. Os alunos, que não sabem pesquisar, resumem um texto que não entenderam e tentam dividir este conhecimento, que nem eles mesmos adquiriram, com os outros alunos para que estes, por sua vez, tentem entender seu conteúdo. É mais do que óbvio que esta é uma tarefa impossível de ser cumprida, pois para que se possa usar um conhecimento e dividi-lo com alguém, é necessário ter uma grande experiência e habilidade com ele. É preciso repensar a forma de ensino atual e transformá-la, de forma que os professores sejam facilitadores do aprendizado. Os estudantes precisam aprender a buscar e construir seu próprio conhecimento através da leitura e pesquisa, ou, com bem disse Paulo Freire: - Aprender a aprender. Isso precisa ser feito desde a mais tenra idade, quando a criança ainda não sabe ler a palavra escrita. Ela precisa desenvolver o hábito e o prazer da leitura e aumentar sua complexidade de acordo com seu aprendizado. Assim a interpretação ou o entendimento de textos de maior complexidade serão apenas mais um degrau em seu desenvolvimento e não, como vemos hoje, uma tarefa quase impossível. Desta forma, ao mesmo tempo em que se estiver construindo o conhecimento do futuro estudante se estará também lançando a base para o desenvolvimento saudável da nação. Áurea Sofia Hollanders de Sousa Estudante de Terapia Ocupacional – UNISO ( 2º Semestre) E-mail: ashollanders@bol.com.br